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4º LATA, PET OU VIDRO? QUAL A ESCOLHA MAIS RESPONSÁVEL?

Se você já pensou "ah, mas é reciclável" na hora de consumir algo, saiba nada é 8 ou 80 como parece quando o assunto é pós consumo. Ser reciclável não significa que será reciclado. – por Mariana Bittu.


A decisão sobre o material do produto na hora da compra determina diretamente seu impacto ambiental no mundo. Isso porque é preciso calcular as variáveis envolvidas em todo ciclo do produto, incluindo a extração da matéria-prima, a emissão de gases efeito estufa no processo, a mão-de-obra envolvida na cadeia, a taxa de reciclagem, a circularidade do produto e muitos outros fatores. Ou seja, a sustentabilidade de uma embalagem não se restringe ao produto final ser (re)utilizado, mas a todo o processo de produção e o ciclo que este envolvido desde a fabricação ao despejo após o consumo.

Lata, PET ou vidro? LATA! E por quê? A lata tem 98% de taxa de reciclagem no Brasil, somos campeões na reciclagem de latinhas, o que significa dizer que quase 100% delas voltam às prateleiras em aproximadamente 60 dias. A reciclagem do alumínio contribui para a renda 800 mil catadores brasileiros e, estima-se que 1kg de alumínio reciclado gaste somente 5% da energia necessária para fazer 1kg de alumínio virgem. Além disso 1 ton de alumínio reciclado, poupa 9 ton de CO2 e preserva 5 ton de bauxita na natureza.

A taxa de reciclagem do PET é 51%. Ele é considerado um dos maiores poluidores dos oceanos, pois se fragmenta em microplasticos, o que aumenta ainda mais a taxa de dispersão. Além disso o PET libera substâncias como ftalatos e BPA, toxinas associadas à obesidade, diabetes e disfunções hormonais.

Apesar do vidro ser um material com vários pontos positivos como a possibilidade de reutilização por ser um produto resistente e versátil, ele tem a reciclagem bastante complexa, atingindo uma taxa baixa de 40%. É pesado, oferece risco aos catadores, tem o transporte é caro e conta com somente 5 fábricas de reciclagem no Brasil. São tantos os entraves para reciclagem do vidro que ele é caracterizado como “não reciclável”.

Proporcionalmente é preciso gastar muito mais energia para reciclar garrafas de vidro do que latas, mesmo considerando as reutilizações de garrafas retornáveis – e quanto mais energia consumida, maior a pegada de carbono. O maior consumo de energia durante o ciclo de vida de uma embalagem ocorre para a garrafa PET, que consome 3,5 vezes mais que uma lata de alumínio, e 4,5 vezes mais que uma garrafa de vidro. A fabricação de uma garrafa PET utiliza 4,5 vezes mais recursos naturais que a fabricação de uma lata de alumínio e 3,7 vezes mais se comparada com a garrafa de vidro. Considerando a mesma análise, a PET utiliza 6,3 vezes mais água que uma lata de alumínio e 1,8 vezes mais que uma garrafa de vidro.

De maneira geral, pode-se dizer que quase qualquer reciclagem contribuiu para a preservação do meio ambiente, diminuindo o consumo de matérias primas, energia e emissão de resíduos. O alumínio consome menos água na sua produção e emite 7 vezes menos CO2 do que a garrafa de vidro, na qual há o aumento do consumo de água, pois independentemente da taxa de reciclagem empregada, o consumo de água para a garrafa de vidro é superior ao das demais embalagens.

O alumínio das latinhas é o material que tem menor impacto ambiental quando comparada com outras embalagens. O alumínio é leve, é prático e não oxida.

Todas as embalagens causam algum tipo de impacto ambiental, mas a lata de alumínio é a que tem a menor contribuição negativa.


Por Mariana Bittu

Engenheira Ambiental e Pós-Graduada em Engenharia de Segurança do Trabalho



 
 
 

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